
Profissionais da educação do estado de Rondônia, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTERO), rejeitaram a proposta apresentada pelo governo estadual e decidiram manter a greve que já se estende por mais de uma semana. A decisão foi tomada em assembleias gerais extraordinárias e simultâneas, realizadas nas 11 regionais do sindicato no dia 14 de agosto, demonstrando uma união robusta e um posicionamento firme da categoria.
O motivo da rejeição é a avaliação de que a proposta do governo, transmitida pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), não trouxe avanços significativos. A maioria dos pontos apresentados já era conhecida, e a única novidade, um reajuste na tabela salarial com progressão geométrica de 2% entre as referências, foi considerada insuficiente e injusta. A categoria notou que esta mudança beneficiava apenas os professores, deixando de lado outros profissionais essenciais da educação. Além disso, o pagamento seria adiado para janeiro de 2026, uma data vista como distante e que desconsidera a urgência das demandas.
A presidente do SINTERO, Dioneida Castoldi, enfatizou que a mobilização continua forte e que a greve é uma forma legítima de luta por direitos e valorização de todos os profissionais da educação. Ela ressaltou que o movimento está crescendo em todo o estado e que a categoria está unida para alcançar seus objetivos. O sindicato, ciente da necessidade de diálogo, busca agora o apoio dos deputados da Assembleia Legislativa de Rondônia para mediar as negociações com o governo.
A greve na educação de Rondônia não é um evento isolado, mas sim um reflexo de uma luta contínua por melhores condições de trabalho e salários dignos. A categoria reivindica a valorização de todos os seus membros, desde os professores até os técnicos e o pessoal de apoio, reconhecendo a importância de cada um para o funcionamento do sistema educacional. A proposta do governo, ao focar apenas em uma parte dos profissionais e adiar a implementação para um futuro distante, não apenas falhou em atender às expectativas, mas também aprofundou o sentimento de desvalorização e injustiça.
A busca por uma solução para o impasse envolve uma série de fatores complexos. De um lado, a categoria demonstra sua força e determinação através da greve, um instrumento democrático de reivindicação. Do outro, o governo enfrenta a pressão de encontrar um equilíbrio entre as demandas dos servidores e a sustentabilidade fiscal. O papel do SINTERO, nesse contexto, é crucial. Ao mobilizar os trabalhadores e buscar o apoio de intermediários como os deputados, o sindicato atua como uma ponte entre a categoria e o poder público, buscando um desfecho que atenda às necessidades de todos.
O descontentamento com a proposta evidencia que a questão não se resume a um simples reajuste salarial, mas a uma reforma estrutural na forma como a educação e seus profissionais são tratados no estado. A greve, portanto, serve como um poderoso lembrete de que o investimento em educação vai além de cifras, e que a valorização humana é um componente indispensável para o progresso do setor. A mobilização em curso em Rondônia é um exemplo de como a união e a persistência podem ser ferramentas eficazes na busca por um futuro mais justo e equitativo para aqueles que dedicam suas vidas à formação das próximas gerações.
